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Juros para empresas atingem maior patamar desde 2005

Houve elevação de taxas nas linhas de capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida em junho, segundo a Anefac

Os juros das operações de crédito para consumidores e empresas subiram, no mês passado, aos maiores patamares desde a década de 2000.

Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), as taxas subiram em junho pelo 21º mês consecutivo.

As taxas aplicadas para empresas subiram em três linhas em junho: capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida. O juro médio avançou 0,01 ponto percentual (p.p.) no mês passado ante o anterior, para 4,63% ao mês (72,14% ao ano), o patamar mais alto desde fevereiro de 2005.

No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,02 p.p., para 8,05% ao mês (153,22% ao ano), o patamar mais elevado desde o início da série histórica, em 1995.

No caso das pessoas físicas, houve aumento nos juros em cinco das seis linhas pesquisadas: juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, empréstimo pessoal de bancos e empréstimo pessoal de financeiras.

A única queda foi na taxa do financiamento de veículos. O juro médio subiu 0,10 p.p. em junho ante maio, para 8,06% ao mês (153,50% ao ano), o maior nível desde setembro de 2003.

No cartão de crédito, a taxa subiu 0,10 pp, para 15,22% ao mês (447,44% ao ano) em junho, o maior nível desde outubro de 1995.

Em relação aos juros do comércio (crediário), houve alta em 11 dos 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,02 pp, para 5,86% ao mês (98,05% ao ano).

A única queda foi em veículos, onde a taxa recuou 0,01 pp, para 2,31% aos mês (31,53% ao ano). No geral, a taxa mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,97% ao mês (100,54% ao ano).

SEGUNDO A ANEFAC, AS ALTAS PODEM SER ATRIBUÍDAS A ALGUNS FATORES, COMO O CENÁRIO MACROECONÔMICO QUE AUMENTA O RISCO DE ELEVAÇÃO DA INADIMPLÊNCIA.

"ESTE CENÁRIO SE BASEIA NO FATO DOS ÍNDICES DE INFLAÇÃO MAIS ELEVADOS, AUMENTO DE IMPOSTOS E JUROS MAIORES REDUZIREM A RENDA DAS FAMÍLIAS. AGREGADO A ISTO A RECESSÃO ECONÔMICA, QUE DEVE PROMOVER O CRESCIMENTO DOS ÍNDICES DE DESEMPREGO", DIZ O DIRETOR EXECUTIVO DE ESTUDOS DA ANEFAC, MIGUEL JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA.

"O FUTURO É UM POUCO INCERTO. COMO EXISTE A EXPECTATIVA DE QUE O BANCO CENTRAL POSSA VIR A REDUZIR A TAXA BÁSICA DE JUROS (SELIC), NOS PRÓXIMOS MESES, ESTE FATO PODE CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DAS TAXAS DE JUROS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO", ACRESCENTA.

A Anefac lembra que, considerando todas as elevações da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve aumento de 7,00 pontos porcentuais (ou alta de 96,55%) na taxa básica de juros, para o nível atual de 14,25%.

No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 65,53 pp (+74,49%). Já na pessoa jurídica, houve elevação de 28,56 pp (+65,53%).