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Estudo mede adaptação das empresas ao eSocial

O estudo foi realizado com 48 empresas de grande porte de diferentes setores da economia

Recursos Humanos é a área mais afetada no processo de adaptação ao eSocial, na percepção das empresas. É o que revela pesquisa da PwC realizada para entender como as empresas estão se preparando para lidar com as obrigações da nova ferramenta do governo – em vigor desde julho de 2013 (Ato Declaratório Executivo SUFIS nº 05) – que pretende simplificar o envio das informações aos órgãos governamentais e também facilitar a fiscalização das obrigações trabalhistas das empresas brasileiras.

Para João Lins, sócio da PwC Brasil e líder de capital humano, o grande desafio das empresas não é apenas cumprir o prazo do primeiro envio das informações. “É preciso garantir a qualidade do que será fornecido e manter 100% da operação em conformidade com a nova regulação”, explica. A ideia da pesquisa é mapear as iniciativas e ações adotadas pelas empresas em relação a essa transição e entender quais as principais dificuldades encontradas.

O estudo foi realizado com 48 empresas de grande porte de diferentes setores da economia – 18 delas com mais de três mil funcionários – e com capital nacional. Os resultados mostram que 2/3 dessas empresas já tinham projetos ou ações voltadas à adaptação ao ambiente do eSocial e 20% delas participam do grupo piloto criado pela Receita Federal para testar e discutir os layouts e procedimentos relacionados à ferramenta.

Com base nas respostas, chegou-se a quatro grandes conclusões sobre o processo de adequação:

Impactos

A área de RH sofrerá os maiores impactos, mas o eSocial irá afetá-las como um todo. O impacto se deve pelo fato de que a maioria das informações a serem fornecidas no eSocial está relacionada à gestão de pessoas. Por isso, as empresas precisam manter a conformidade devido a uma mudança de comportamento dos gestores em relação à precisão das informações.

Comprometimento

O comprometimento das empresas com a mudança ainda é baixo diante do desafio, 41,7% das organizações já tinham montado uma estrutura dedicada ao projeto de adequação seis meses antes do prazo previsto para o início da ferramenta. Mas a maioria ainda aguarda a publicação de um cronograma oficial definitivo.

Cultura

Mudança cultural e processos internos são as maiores dificuldades para a adequação, apontada por 32,6% dos entrevistados. Isso porque as empresas perceberam que o novo ambiente mudará tanto o tempo de resposta às demandas de informações no dia a dia, quanto o nível de cuidado necessário para garantir a qualidade do que é fornecido. Já em relação aos processos internos, 20,7% preveem dificuldades.

Expectativa

Quando o assunto são ganhos e benefícios, 39,6% acreditam que o eSocial permite uma melhor capacidade de cumprir a legislação em vigor. Esse resultado revela a percepção de que mesmo que o investimento inicial de adequação seja grande, a preparação efetiva das empresas para cumprir a complexa regulamentação do trabalho no Brasil ficará mais fácil no longo prazo.