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Mês de março registra a maior inflação para o período desde 2003

Em 12 meses, a inflação acumula alta de 6,15%, quase a meta do governo

A inflação de março veio muito pior do que o esperado. Foi a maior para o mês desde 2003. Pesou principalmente a pressão dos alimentos e o índice, agora, está perto do teto da meta definida pelo governo.

A explicação para o índice de março começa no campo. A seca e o calor excessivo prejudicaram as lavouras. A oferta de alimentos diminuiu, o preço aumentou e chegou aos supermercados. “Cada vez eu estou gastando mais, cada mês que passa”, diz um carioca.

Os preços que mais subiram são de alguns alimentos muito presentes na mesa do brasileiro. A batata inglesa, por exemplo, aumentou em média 35%. O tomate, de novo ele, 32%. Além disso, feijão carioca, verduras, ovos e leite longa vida também ficaram mais caros. Resultado: na hora de passar no caixa, quem não quiser gastar tanto tem que comprar menos.

Os transportes também pesaram no cálculo do IPCA. O preço das passagens aéreas foi às alturas por causa do Carnaval. A inflação oficial em março ficou em 0,92%, acima do índice de fevereiro (0,69%).

“Mesmo a pior expectativa estava abaixo de 0,90%. Ou seja, o que saiu foi um número ruim. Não podemos tapar esse sol com a peneira”, aponta o economista Claudio Frischtak.

Em 12 meses, a inflação acumula alta de 6,15%, e quase encosta no teto da meta do governo. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o índice já ultrapassou o máximo permitido, que é de 7,87%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está em Nova York para um encontro com investidores, disse que a inflação não vai fechar o ano acima da meta. “Ela tende a reduzir. Ela subiu agora, acho que está no máximo. E, a partir do próximo mês, já ficará um pouco menor, depois vem, em maio, menor ainda, em junho menor ainda. Então ela é passageira”, declara Guido Mantega.

Em Washington, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu a polícia monetária. Os juros básicos da economia já subiram nove vezes em um ano. "O que eu posso lhe assegurar é que o Banco Central tem feito tudo e continuará fazendo o que for necessário para a inflação mais uma vez estar dentro do limite do regime de metas", explica Tombini.